domingo , 3 novembro 2024

PREFEITURAS DE SACRAMENTO E TAPIRA SELARAM MAIS UMA GRANDE PARCERIA COM A ENTREGA DA PONTE NUTE, CONSTRUÍDA SOBRE O RIO ARAGUARI

Na última sexta-feira (24), as Prefeituras de Sacramento e Tapira selaram mais uma grande parceria com a entrega da Ponte do Nute, construída sobre o Rio Araguari, na divisa entre os municípios pela região dos Pinheiros. Em 2021, as duas gestões inauguraram a Ponte Antônio Branco, também sobre o Rio Araguari, mas na fronteira pelo Desemboque.

A obra realizada sobre os cuidados da Barsa Engenharia substitui a antiga ponte de madeira, erguida de maneira manual na década de 1980. Seu nome, “Ponte do Nute”, presta homenagem a Benavenute da Mata e Souza, antigo morador da região, representado na ocasião por seus familiares.

O prefeito Wesley De Santi de Melo e o vice-prefeito Osmar Trevisan Junior participaram da cerimônia de inauguração, juntamente com a prefeita e o vice-prefeito de Tapira, Maura Assunção de Melo Pontes e Jamil Lazaro Borges. O Deputado Estadual Bosco também acompanhou a entrega e reafirmou seu apoio parlamentar aos dois municípios.

Para o Prefeito Baguá e prefeita Maura, a construção de uma nova ponte – mais ampla e moderna – beneficia as pessoas que transitam entre os dois municípios, mas contribui, sobretudo, para o desenvolvimento da agricultura na região, garantindo que o maquinário agrícola circule com segurança

QUEM FOI O HOMENAGEADO?

Benavenute da Mata e Souza, mais conhecido como NUTE, foi o caçula de 8 irmãos. Era filho de Carlos da Mata e Souza e Salvina da Mata e Souza.

Nasceu em 17 de julho de 1919 na fazenda Lageado, as margens do rio Araguari onde viveu até 1989, quando se mudou para Tapira para cuidar dos netos pequenos que precisavam estudar.

Sua esposa Tereza Luiza faleceu dois meses depois do nascimento da filhaAngela Maria. Viúvo, com uma criança para cuidar seguiu com o coração partido e com a ajuda de pessoas maravilhosas como a mãe a sobrinha Maria Auxiliadora de Souza. Cumpriu lindamente seu papel educando e ensinando com palavras e principalmente com exemplos.

Cerca de três a quatro meses depois foi picado por uma cobra que quase o levou a morte e deixando sequelas que o acompanhou pelo resto da vida.

O Sr. Nute foi um exemplo de honestidade e ética a ser seguido, sempre ensinou os netos a seguir o caminho do bem “jamais, de maneira alguma, pegue uma caneta sequer de alguém”, era o que dizia aos netos que adorava ouvir suas histórias sentado no “rabo do fogão” pitando seu paieiro. De personalidade forte e dotado de enorme força de vontade largou o vício por conta própria, e só comunicou a filha dias depois e nunca teve sequer uma recaída.

Sempre bem informado sobre os acontecimentos políticos da região e do Brasil, sua hora sagrada era “Voz do Brasil” e depois quando já residia em Tapira o “Jornal nacional”.

Foram 88 anos de ensinamentos, inúmeros exemplos a serem seguidos: “Meus filhos, jamais deem um passo maior que a perna”, dizia aos netos. Hoje considerado uma educação financeira, pois nos ensinava a ser econômicos e não nos endividarmos.

Não media esforços para atender os netos, mas jamais se dobrava aos seus caprichos, sabia a medida certa de estabelecer limites sem perder a doçura.

Era respeitado por toda a vizinhança que sempre o procuravam em busca de conselhos o que sempre o fazia sem se valer desse poder para impor suas ideias ou mesmo intrometer na vida das pessoas. Sabia até onde deveria ser ir.

Entre os irmãos, era muito amado, não só por ser o caçula, mas por estar sempre à disposição para ajudar independente, de como precisassem.

Para os sobrinhos o Tio Nute, era uma referência a ser procurado quando queriam desabafa e para conversas descontraídas e leves, pois adorava brincar: “cadê as namoradas”.

Amava ficar sentado no alpendre da fazenda e todos que por ali passavam em direção a ponte do rio ou vindo dela obrigatoriamente paravam para um dedo de prosa. Mesmo os atrasados, paravam para conversar com o Sr.º Nute.

Em Tapira não era diferente, ficava sentado em um banco na calçada “vendo o movimento” como dizia, e o ritual se repetia. Todos paravam para uma conversa.

Faleceu em 20 de outubro de 2007 deixando filhos, netos e bisnetos desconsolados com sua partida. É hoje lembrado com saudades por todos que o conheceram.

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